sexta-feira, 15 de março de 2013

Marco Feliciano pede desculpas por declarações que possam ter ofendido homossexuais e negros


Foto: Fernando ChavesAo chegar à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, nesta terça-feira (13), para a sua estreia como presidente, o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi aplaudido de pé por grupos religiosos que estavam presentes na reunião. Antes de iniciar os trabalhos, o parlamentar leu um discurso em que pediu desculpas públicas por declarações que possam ter ofendido os homossexuais e os negros. “Neste momento importante para a Nação brasileira, nesta douta comissão, peço a todos e a todas que se sentiram ofendidos por alguma colocação minha, em qualquer época, peço as mais humildes desculpas, e coloco meu gabinete à disposição para dirimir quaisquer dúvidas”, disse Feliciano.

O deputado voltou a pedir que o deixem provar que ele pode fazer um bom trabalho: "Peço a todos um voto de confiança. Estou exercendo o meu mandato, que me dá direito de assumir a presidência desta comissão". Mesmo após o gesto de humildade do deputado, movimentos sociais e alguns deputados insistiram em tumultuar a sessão na tentativa de impedir que Feliciano presidisse a reunião. Sob gritos de protesto, o deputado do PSC reafirmou que não vai ceder às pressões.

A sessão foi interrompida várias vezes por conta da gritaria que se instalou no plenário da comissão, porém, Marco Feliciano manteve a serenidade, deu continuidade aos trabalhos da comissão e conseguiu a aprovação de sete importantes requerimentos. Entre eles, destacam-se quatro de autoria do próprio presidente, que buscam debater - junto com a sociedade e profissionais capacitados -, a melhoria das condições de vida e segurança dos moradores de rua, casos de violência e exploração sexual de crianças e adolescentes e a inclusão no mercado de trabalho, assegurando a igualdade de direitos e oportunidades, sem discriminação de cor, etnia ou procedência.

Os membros da comissão aprovaram ainda um requerimento da 1º vice-presidente, deputada Antônia Lúcia (PSC-AC), que convida o secretário de segurança do Acre, Ildor Reni Graebner, e o delegado responsável pela operação "Delivery", Nilton Boscaro, para prestarem esclarecimentos a respeito de graves denúncias de maus-tratos e casos de abuso sexual no sistema prisional do Estado. Segunda a acreana, as denúncias partiram de investigados na Operação "Delivery", durante depoimentos na CPI do Tráfico de Pessoas.
Otimismo quanto ao futuro da comissão
Questionado sobre o futuro das reuniões, já que grupos ativistas insistem em contestar sua permanência na presidência da CDHM, Feliciano se mostrou otimista. “A reunião foi muito melhor do que eu esperava. Graças a Deus conseguimos votar todos os requerimentos da pauta. Esta é uma casa de discussão de ideias e eu acredito que as coisas vão se acalmar. Se não acalmarem, vamos conduzir da melhor maneira possível. Eu pedi a todos uma chance e hoje foi feito um bom trabalho aqui, estou muito feliz”, afirmou o paulista.

Segundo ele, a participação de todos é muito importante, e será mantido o direito à democracia e à divergência de pensamentos. “Não pedi a retirada dos ativistas do plenário porque a participação deles na reunião é democrática. Não é primeira vez que isso acontece. Me lembro como se fosse hoje uma votação do salário mínimo que em cima do plenário tinha uma plateia que gritava contra o governo. Era uma música sobre traição: “Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”. Esta é uma casa democrática, a casa do povo, a casa das manifestações”, concluiu o pastor Marco Feliciano.

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