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Ele já divulgou que é uma decisão dele, partiu dele se desvincular, então realmente
acho que fica inviável a permanência para este ano. É bom para ele e para o
Flamengo. Encerra isso, o Flamengo está com a consciência limpa de que fez de
tudo pelo Adriano - disse o diretor.
Ao
ser perguntado se deixaria as portas abertas para um retorno do atacante ao
Flamengo em 2013, Zinho deixou claro que o clube não conta com Adriano. O
dirigente promete se empenhar na recuperação do atacante, mas apenas no lado
pessoal.
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Eu não vou desistir do Adriano, mas de recuperar o ser humano, é uma missão
minha, particular. Sem os holofotes, sem essa vida que ele leva que não condiz
com a de um atleta profissional, talvez eu possa ter sucesso para recuperar
esse ser humano. Mas, profissionalmente, chegou no limite. O Adriano realmente
não tem o meu apoio como profissional. O ser humano tem escolhas. Ele está
escolhendo errado. A parte profissional não progride porque ele erra em outras
coisas: as companhias, o encontro com Deus. Hoje é muito difícil (a volta de
Adriano em 2013).
Na
minha opinião, ele precisa se cuidar pessoalmente para que não tome essas
atitudes que a gente viu, como aquele vídeo na casa de shows, algo que não é de
um atleta profissional"
Zinho                         
O
diretor de futebol do Flamengo reafirmou que enxerga a necessidade de
acompanhamento psicológico para o atacante. No dia 1º de outubro, ele havia
condicionado a permanência de Adriano no clube à ida ao consultório de um
profissional, o que não aconteceu.
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Eu acho que precisa de um acompanhamento, isso não foi cumprido, em momento
algum ele fez isso. Ele falou que faria o tratamento, foram dados número e
endereço. O empresário dele disse que foi marcada uma consulta, mas em cima da
hora ele não foi. Na minha opinião, ele precisa se cuidar pessoalmente para que
não tome essas atitudes que a gente viu, como aquele vídeo na casa de shows,
algo que não é de um atleta profissional.
Zinho
falou sozinho, já que Adriano não apareceu
(Foto:
Janir Junior / Globoesporte.com)
Zinho
admitiu que ficou incomodado com a ausência do atacante, cuja presença era esperada
na entrevista coletiva desta terça, no Ninho do Urubu. O diretor espera que
Adriano ainda apareça no centro de treinamento do clube ao longo desta semana
para se despedir dos companheiros e explicar os motivos de sua saída.
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O clube é a casa dele, ele é ídolo. O torcedor do Flamengo, conversei com os
chefes de torcida, adora o Adriano. Ele mesmo tem que gostar dele. Acho
importante ele vir aqui, bater um papo com os amigos. As portas estão abertas
para ele nos visitar, e acho legal ele fazer um comunicado para vocês
(jornalistas), se despedindo do torcedor. Ele está jogando fora um grande
momento da vida dele, o que dá mais alegria a ele. O Flamengo vai sobreviver a
todos nós. O Zico parou de jogar e o Flamengo seguiu. O Flamengo seria a grande
oportunidade para o Adriano se recuperar, então eu fico triste com isso. Um
clube como o Flamengo motiva qualquer ser humano. Infelizmente, o Adriano não
conseguiu ter essa motivação para se recuperar completamente.
Consenso
na época da contratação
O
dirigente aproveitou para explicar o processo da contratação de Adriano, em
agosto. Ele reconheceu que desde o início temeu recaídas do atacante, por causa
do histórico de indisciplinas dele em sua carreira.
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Não foi uma decisão só minha (a contratação). Houve diferentes estágios. Quem o
operou foi nosso médico. O próprio atleta queria ter vínculo com o clube para
ter uma motivação. Mediante o consenso da diretoria, chegou-se a esse estágio
de fazer um contrato. Nós fizemos um contrato para proteger o Flamengo caso o Adriano
voltasse a cometer indisciplinas.
O
contrato de produtividade, que terminaria em 22 de dezembro, foi rescindido,
algo que o Flamengo já poderia ter feito antes. Conforme previsto no acordo,
três advertências por indisciplina dariam ao clube o direito de demitir o
atacante. Adriano ultrapassou o limite, foi multado, teve o contrato de imagem
suspenso, mas contou com a paciência do diretor de futebol Zinho, que insistiu
na tentativa de recuperação. Não conseguiu. As sucessivas faltas demoliram a
confiança e a persistência do dirigente em ver Adriano novamente em campo, como
um atleta de alto nível. Com o caso no limite e a falta de compromisso do
jogador, foi preciso recuar.
O
golpe que fez Zinho deixar de acreditar no renascimento do Imperador aconteceu
no fim do mês passado, quando Adriano não apareceu na atividade marcada para as
9h30m de sábado, na Gávea, e comunicou sua ausência através de SMS, com algumas
mensagens desconexas. O clube definiu a escolha de um psicólogo, chegou a
marcar consulta, mas o atacante não apareceu. A paciência do diretor chegou ao
fim, e o problema foi debatido com a presidente Patricia Amorim. Diante de novo
sumiço na semana passada, o clube decidiu, na última sexta-feira, desligar
Adriano do clube. A nota oficial divulgada pela assessoria do jogador na
segunda-feira precipitou o anúncio do que estava decidido pela diretoria.
 
 
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